sábado, 20 de junho de 2009


Recebi esse doce soneto de David Mourão-Ferreira,
poeta e fadista, de uma pessoa muito querida!
Realmente, um "Doce Mistério"

Desvio dos teus ombros o lençol,
que é feito de ternura amarrotada,
da frescura que vem depois do sol,
quando depois do sol não vem mais nada ...

Olho a roupa no chão: que tempestade!
Há restos de ternura pelo meio,
como vultos perdidos na cidade
onde uma tempestade sobreveio ...

Começas a vestir-te, lentamente,
e é ternura também que vou vestindo,
para enfrentar lá fora aquela gente

que da nossa ternura anda sorrindo ...
Mas ninguém sonha a pressa com que nós
a despimos assim que estamos sós!

Um comentário:

Juliana disse...

Adorei seu blog, amiga! Ainda não o conhecia. Tudo muito lindo e caprichado. Parabéns!
Beijos e uma ótima semana.
Juliana